quarta-feira, 7 de maio de 2008

Camus aos 17

Via bibliotecário de babel o adrian acedeu a uma lista de 50 livros de culto, coligida pelos críticos do Telegraph. Se nos deparamos com algumas escolhas incompreensíveis – sendo que os critérios de selecção também não se afiguram os mais lógicos –, a seguinte menção despertou interesse:
"Mother died today. Or maybe yesterday, I don’t know."
The beach, the sun, the Arab, the gunshots, the chaplain: the stuff of millions of adolescents' fevered imaginings. If you don't love this when you're 17, there’s something wrong with you.”
Fala-se d’O Estrangeiro, de Camus, que aqui fica como mais uma recomendação de leitura autónoma ou para ser discutida em grupo/comunidade de leitores. Do Público:
“Completamente exterior às convenções e à moral vigentes, Mersault é um verdadeiro estrangeiro em qualquer organização social ou familiar. Cometerá um homicídio sem razão aparente que não a do calor excessivo na praia ou a da forte luz do sol que sobre ele incidia directamente quando disparou. Mersault não tem justificação para o crime nem para o resto. Nada do que faz é para ser explicado. Eis o absurdo da sua existência ou de qualquer outra.”
Já Helena Vasconcelos aconselha este título, na sua lista 20 livros até aos 20. Diz, a propósito:
"Creio que a ideia é fornecer pistas sobre quais os livros que podem formar o carácter de uma pessoa, uma vez que a leitura deverá ser uma das formas mais directamente actuantes na construção de uma personalidade. (…) as pessoas em fase de crescimento físico e psicológico devem conhecer heróis e heroínas, isto é, seres humanos capazes de exercerem o livre arbítrio em prol de algo positivo para eles e para os outros.”
O Estrangeiro é um desses heróis – ou anti-herói? -, que vale a pena conhecer. Sugere-se exibição do título nas mesas onde os jovens habitualmente estudam, com uma pequena recensão e nota biográfica.
Camus, aos 17. Ao adrian, parece-lhe mais que razoável.
CAMUS, Albert. O estrangeiro. Lisboa : Livros do Brasil, 2006. 118 p. ISBN 978-972-38-2809-2.
foto aqui

5 comentários:

Unknown disse...

Um livro marcante para mim... aos dezoito! Engraçado, um dos livros mais significativos para mim e não anda cá por casa. Foi daqueles emprestados pelos familiares que nos marcam a juventude!
Os três do Adrian que li também marcaram, mas por outras razões e uns anitos antes!
As 20 sugestões são interessantes, mas deixo outra indicação onde aparecem alguns livros essenciais, em jeito de pilha de livros, num vídeo e por sugestão de Pacheco Pereira (apresentados de forma muito simples e apelativa) em http://www.youtube.com/watch?v=9julcRkGBs4&feature=PlayList&p=C439BB97C522EC99&index=6

Gaspar Matos disse...

Obrigado, Pedro! Vou dar uma olhadela nesse vídeo, a ver se lá arranjo mais umas recomendações.
Um abraço!

p.s. - para quando outra caminhada?

Alexandre Gaspar Weytjens a.k.a. José Lus Correia disse...

Obrigado pela visita, Gaspar! Gostei de teres gostado, eheh!
Também gostei do teu diário cibernético, caro homónimo. Pelo que vejo não temos apenas o nome em comum, mas gostos emparelhados com frequentes erupções (ou serão irrupções ;-) cutâneas de literatura e BD!

Gaspar Matos disse...

Obrigado, Gaspar... (Isto é muito estranho, dá-me a sensação de estar a ter um monólogo :-)
Um abraço!

Alexandre Gaspar Weytjens a.k.a. José Lus Correia disse...

idem! LOL ;-)