Bob Dylan foi galardoado, esta semana, com um prémio Pulitzer. A ideia foi distinguir o «profundo impacto que a sua obra teve na música popular e na cultura» dos Estados Unidos da América e o reconhecimento do «extraordinário poder poético» das suas composições. Dylan entra pelas salas de aula, nos EUA, com uma facilidade impressionante (leia-se, a este propósito, Voices of the Sixties and the Modern Poetry Slam, prestando particular atenção a Dylan and the protest song). Mr. Tambourine Man, The Times They Are A-Changin ou Blowin’ In the Wind servem de suporte para a introdução, não só à poesia, mas também à História, junto dos jovens. E por cá? Não existiram Bob Dylan’s? Na mesma década e com as mesmas motivações? Zeca Afonso e Adriano Correia de Oliveira não desempenharam iguais papéis? Manuel Alegre e Ary dos Santos, não imortalizaram o sentir de um povo? De forma poética, bela, sentida? As palavras das cantigas e A praça da canção, não poderão entrar por essas salas de aula adentro? Por essas bibliotecas? Poderão pois. Quanto mais não seja agora, que é Abril. ALEGRE, Manuel. A Praça da Canção. Lisboa : Campo das Letras, 1998. 208 p. ISBN 972-610-084-3. SANTOS, José Carlos Ary dos. As palavras das cantigas. Lisboa : Editorial Avante, 1993. 200 p. ISBN 972-550-210-8. Acompanhe-se à viola, com cd´s de Adriano e Zeca. Fale-se da intervenção, do protesto, da contestação que é agora apanágio do HIP HOP e do RAP (ou não fosse este último sigla para rythm and poetry). Ao fim ao cabo a poesia está lá toda, o ritmo é que é diferente.
foto Zeca aqui
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