domingo, 2 de dezembro de 2007

Sou todo ouvidos

Os audiolivros andam na ordem do dia. A 21 de Novembro teve lugar a conferência “O futuro do audiolivro em Portugal”, com a 101noites a divulgar a recém-lançada colecção “Livros para ouvir” e os assuntos da edição, promoção da leitura e livro impresso versus livro sonoro a serem discutidos. No dia 29 o Goethe-Institut de Lisboa assistiu à conferência “A leitura no novo século: os audiolivros”, com a presença de duas representantes de editoras alemãs de audiolivros (uma das quais líder de mercado, com mais de 17.000 títulos disponíveis), uma representante de uma editora portuguesa - A Boca -, e moderação de João Morales, editor da revista “Os meus livros”. Este fim-de-semana abre-se o Expresso e a capa do suplemento Actual fala em... acertaram! Audiolivros!

A sessão do Goethe – única que se presenciou –, foi excelente. A Der Hörverlag ofereceu audiolivros em inglês – belíssimos, da BBC Audio –, e o adrian trouxe para casa uma colectânea de poemas de Dylan Thomas pela voz de Richard Burton, o “The Hobbit”, do Tolkien e uma gravação das aventuras do Super-Homem com uma produção arrepiante, em termos de efeitos sonoros.

Dos palestrantes retiraram-se dados interessantes: em 2002 a idade média do consumidor de audiolivros, na Alemanha, tinha 25 anos (se bem que esta faixa etária se tenha vindo a elevar); o interface com as novas tecnologias cria grande apetência para o consumo do audiolivro por parte de adolescentes e jovens adultos (a possibilidade de download do conteúdo, em formato MP3 e em detrimento da compra do CD, agiliza a aquisição e reduz o preço); o facto de se ouvir a história remete o indivíduo - mesmo que inconscientemente -, para a leitura em voz alta, na infância, transmitindo uma sensação de relaxamento e conforto; muitas das aquisições de audiolivros em formato CD, feitas por adolescentes, são-no porque os mesmos os encontram em lojas de música; o consumidor de audiolivros é jovem e dinâmico e a imagem que o produto audiolivro transmite é moderna; a falta de tempo e a necessidade de o rentabilizar ao máximo é campo fértil para o audiolivro, que permite o acesso à literatura no autocarro, no comboio, no metro, na deslocação a pé; a Associação de Livreiros Alemã divulgou dados que revelam que 30% dos jovens que adquiriram audiolivros afirmaram que também os seus hábitos de leitura cresceram; ouvir audiolivros colmata o excesso de apelos visuais a que actualmente a sociedade está sujeita; um último dado, interessante, foi o de já se realizarem sessões públicas de audição, com 1200 pessoas – muitas delas jovens -, em praças no centro das cidades.

O adrian reflete enquanto lhe passam pela cabeça as imagens do dia-a-dia actual, em que todo o adolescente e jovem adulto anda com uns fios ligados à cabeça. E, se em vez de música, estiverem a ouvir a Tabacaria?
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