Continuando na senda dos audiolivros, a 101noites, A Boca e a MHIJ evidenciam-se no mercado nacional. O adrian andou a vasculhar estas três opções e encontrou o útil e o agradável. Do útil destaca-se a primeira, com uma política editorial bastante inteligente. A esse respeito cita-se Alexandra Carita, no artigo Ouvir os livros, incluso no Expresso desta semana:
“Não é por acaso que todos os autores seleccionados (para a colecção “Livros de ouvir”) fazem parte dos currículos de leitura obrigatória do Ensino Secundário. Sandra Silva, responsável pela editora, diz que esta é uma forma de ajudar os jovens a terem um primeiro contacto com os escritores que vão ter que ler, mas não esconde que, ao mesmo tempo, são os mais novos aqueles que mais depressa aderem ao novo formato, habituados que estão aos mecanismos das novas tecnologias. Todos os audiolivros da colecção podem ser adquiridos em formato CD acompanhados pelo livro em qualquer livraria, mas podem também ser adquiridos como um ficheiro de MP3 através do «site» da 101noites. E é aqui que as vendas têm sido mais acentuadas. Quem opta pelo ficheiro de MP3 paga 4,50 euros, quem prefere o CD gasta 13,90 euros. As vendas ainda não estão obviamente contabilizadas, muito menos está definido o perfil dos consumidores. Mas o «feeback» já é claro: adultos preferem o CD e o livro, jovens optam pela tecnologia mais avançada.”
Acresce o facto de esta editora ter escolhido um conjunto de nomes sonantes do teatro, televisão e cinema nacionais: Alexandra Lencastre (Florbela Espanca), José Wallenstein (Eça), Nuno Lopes (Camilo), Eunice Muñoz (Fialho de Almeida), João Perry (Mário de Sá-Carneiro) e São José Lapa (Pessoa). Vozes mais conhecidas criam uma mais rápida e forte empatia com o público, certo?
Já A Boca tem menos títulos disponíveis - quatro -, e uma política editorial que não parece - ressalvo, parece - tão assertiva. Mas o que lhe falta de útil acresce em agradável. O site está bastante apelativo e muito mais cool, o que não deixa de ser curioso: sem terem explícitamente a intenção de atingirem os jovens, acabam por o fazer fruto da sua “porta de entrada”, com os quais os mesmos se identificam. Para além disso, dos quatro títulos disponíveis, apenas um possibilita a aquisição em CD. Mas, que CD! A alegria de gostar, de Jairo Anibal Niño, tem ilustrações de Gémeo Luís, concepção e base sonora de Amélia Muge e voz de Changuito. A Boca tem também Maria do Céu Guerra a declamar a Tabacaria (Álvaro de Campos), para além de O tesouro (Eça), e A carta da corcunda para o serralheiro (Pessoa).
Destaque também para a MHIJ, com quatro obras no seu catálogo de audiolivros: duas obras de Luís Sepúlveda (As rosas de Atacama e O velho que lia romances de amor), uma de Paul Auster (O caderno vermelho), e uma de Agualusa (Passageiros em trânsito). Um site não tão conseguido como o das editoras anteriores, lamentando-se a impossibilidade de download e todo o aspecto gráfico. Aplaude-se a lista de títulos e, em particular, As rosas de Atacama (preferência pessoal, confessa-se). Excelente livro de contos, nomeadamente o que dá título à obra.
“Não é por acaso que todos os autores seleccionados (para a colecção “Livros de ouvir”) fazem parte dos currículos de leitura obrigatória do Ensino Secundário. Sandra Silva, responsável pela editora, diz que esta é uma forma de ajudar os jovens a terem um primeiro contacto com os escritores que vão ter que ler, mas não esconde que, ao mesmo tempo, são os mais novos aqueles que mais depressa aderem ao novo formato, habituados que estão aos mecanismos das novas tecnologias. Todos os audiolivros da colecção podem ser adquiridos em formato CD acompanhados pelo livro em qualquer livraria, mas podem também ser adquiridos como um ficheiro de MP3 através do «site» da 101noites. E é aqui que as vendas têm sido mais acentuadas. Quem opta pelo ficheiro de MP3 paga 4,50 euros, quem prefere o CD gasta 13,90 euros. As vendas ainda não estão obviamente contabilizadas, muito menos está definido o perfil dos consumidores. Mas o «feeback» já é claro: adultos preferem o CD e o livro, jovens optam pela tecnologia mais avançada.”
Acresce o facto de esta editora ter escolhido um conjunto de nomes sonantes do teatro, televisão e cinema nacionais: Alexandra Lencastre (Florbela Espanca), José Wallenstein (Eça), Nuno Lopes (Camilo), Eunice Muñoz (Fialho de Almeida), João Perry (Mário de Sá-Carneiro) e São José Lapa (Pessoa). Vozes mais conhecidas criam uma mais rápida e forte empatia com o público, certo?
Já A Boca tem menos títulos disponíveis - quatro -, e uma política editorial que não parece - ressalvo, parece - tão assertiva. Mas o que lhe falta de útil acresce em agradável. O site está bastante apelativo e muito mais cool, o que não deixa de ser curioso: sem terem explícitamente a intenção de atingirem os jovens, acabam por o fazer fruto da sua “porta de entrada”, com os quais os mesmos se identificam. Para além disso, dos quatro títulos disponíveis, apenas um possibilita a aquisição em CD. Mas, que CD! A alegria de gostar, de Jairo Anibal Niño, tem ilustrações de Gémeo Luís, concepção e base sonora de Amélia Muge e voz de Changuito. A Boca tem também Maria do Céu Guerra a declamar a Tabacaria (Álvaro de Campos), para além de O tesouro (Eça), e A carta da corcunda para o serralheiro (Pessoa).
Destaque também para a MHIJ, com quatro obras no seu catálogo de audiolivros: duas obras de Luís Sepúlveda (As rosas de Atacama e O velho que lia romances de amor), uma de Paul Auster (O caderno vermelho), e uma de Agualusa (Passageiros em trânsito). Um site não tão conseguido como o das editoras anteriores, lamentando-se a impossibilidade de download e todo o aspecto gráfico. Aplaude-se a lista de títulos e, em particular, As rosas de Atacama (preferência pessoal, confessa-se). Excelente livro de contos, nomeadamente o que dá título à obra.
Conclui o adrian: A boca e a 101noites a fazerem um trabalho excelente, com uma política de preços semelhante, ambas com bastante que as recomende, uma por um lado mais pragmático - mas com inesgotável valia, ressalve-se -, e maior oferta, e outra pela vertente estética, com um interface agradabilíssimo e, concerteza, mais apelativo ao adolescente e jovem adulto (e também com nomes “de peso” a sustentarem as suas produções). A MHIJ conta com uma presença mais discreta na net mas nem por isso com títulos mais pobres, muito pelo contrário. O trabalho meritório que desenvolve teria, no entanto, bastante a ganhar, com a evolução da respectiva plataforma tecnológica.
Sugere-se, assim, a aquisição dos exemplares destas três editoras para empréstimo nas bibliotecas públicas (não são assim tantos, portanto, estiquem lá esses orçamentos). Já agora, exibidos nas áreas multimédia, junto aos pc’s de acesso ao público e com indicação dos respectivos sites. Ganha a unidade documental, ganham os utilizadores e ganham as editoras. P.S. - Mea culpa! Só após a publicação deste post veio à memória do adrian a solutions by heart. Editora de audiolivros com 9 títulos publicados nas áreas infantil, ciências sociais, literatura e economia e gestão. Preços em consonância com o praticado pelas restantes editoras, um site graficamente apelativo mas ainda sem possibilidade de download. O projecto mibook, dinamizado pela editora e que se destina a futuras partilhas de conteúdos educacionais, culturais, científicos e de investigação, em forma de e-book ou audiolivro (em podcast), parece ser de particular interesse. Sugere-se a aquisição dos títulos, particularmente os dedicados aos mais novos (quatro, no total), e anseia-se pela disponibilização dos conteúdos on-line.
imagem é printscreen dos sites
1 comentário:
De notar que MHIJ já tem mais cinco títulos e um novo site onde se pode fazer downloads.
Enviar um comentário