domingo, 12 de outubro de 2008

Luzes difusas numa câmara clara


A propósito de promoção da leitura, Plano Nacional de Leitura e cânone literário, o programa Câmara Clara do dia 28 de Setembro colocou, frente-a-frente, Francisco José Viegas (FJV) e Isabel Alçada (IA). Da sinopse:
“As recomendações literárias do Plano Nacional de Leitura deviam ou não obedecer ao cânone? De que falamos quando falamos de cânone? De que falamos quando falamos de promoção do gosto pela leitura? IA, a responsável pelo PNL que, dois anos depois de ter sido lançado, conseguiu já pôr um milhão de crianças a ler diariamente nas salas de aula, e FJV, director da nova revista Ler que no último número crítica algumas das escolhas do PNL, debatem intensamente sobre estas e outras questões. (…)”.
O adrian ouviu e gostou. Antes de mais, da promoção da leitura (leia-se a questão da) que advém do debate público destes assuntos, em meios de difusão como a televisão. Só por isso já valeu a pena.
Mas a conversa foi mais além. Se a posição de FJV facilmente se compreende (incentivar à leitura com obras de comprovada qualidade literária), já a posição de IA – mais polémica e, como tal, alvo de maior contestação –, parece ao adrian de igual valia (promover o hábito da leitura, simplesmente).
Porém, ambos advogavam as suas razões, talvez sem se darem conta de que defendiam damas diferentes. Terá a promoção da leitura que implicar, necessáriamente, a promoção da literatura? Pode a primeira anteceder a segunda? Parece razoável que sim. E a segunda, pode anteceder a primeira? Talvez seja um pouco mais difícil. Veja-se, a esse respeito, a conversa de Fernando Savater com Ana Sousa Dias, o post do Biliotecário Anarquista e o texto de Sara Figueiredo Costa no Cadeirão Voltaire, e que cada um faça o seu juízo.

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