Via o blogue A Informação o adrian tomou conhecimento desta entrevista de Roger Chartier ao jornal Globo. Importante documento para reflectir sobre as práticas de leitura dos jovens, o autor acredita que os mesmos – pelo menos no mundo ocidental -, leiam mais do que os seus congéneres das últimas três décadas. No entanto, a valorização que fazem de si mesmos enquanto leitores é diametralmente diferente (ou melhor, não a fazem). No entanto, o investigador acredita que os hábitos de leitura nas faixas etárias mais novas são bem mais frequentes do que aqueles para que apontam os estudos oficiais.
Interessantíssima, também, a abordagem à "qualidade da leitura” e sua valoração, nomeadamente a informação fragmentada – leia-se descontextualizada –, que a Web fornece, em detrimento da leitura que exige relacionamento com “a totalidade textual de onde foi extraído o fragmento”. Assim se explica a razão de os cd-rom’s, por exemplo, terem atingido êxito no género enciclopédico e não tanto no romance, por exemplo. Chartier defende, acima da qualidade dos textos, a relação entre os tipos de textos e a forma de serem lidos.
Já o livro-objecto tem uma curiosa abordagem, com o autor a não revelar grandes preocupações com o formato mas a fazer, ao mesmo tempo, uma sábia análise às diferenças de leitura que cada um proporciona: a leitura de textos em ecrãn mais condicionada a palavras-chave, a temas, interligados por sua vez a outros temas hierarquicamente concebidos; e a leitura impressa a revelar uma componente bem mais relacional (se assim se pode nomeá-la) de todos os fragmentos com a totalidade da obra.
Por fim, uma palavra para o papel dos computadores no incentivo à leitura – que o autor advoga, mas que não são panaceia definitiva. Exige-se a mediação de profissionais, a escrita à mão e a existência de outros suportes (o livro impresso, obviamente). A esse propósito defende a presença do mesmo nas salas de aulas, bibliotecas e livrarias e termina citando Bill Gates: “Quando quero ler um livro, imprimo-o.” O suporte em papel parece estar ainda para durar.
O seu a seu dono: um bem-haja a Murilo Cunha, do blog citado no início do texto, que em boa hora referenciou esta entrevista.
Interessantíssima, também, a abordagem à "qualidade da leitura” e sua valoração, nomeadamente a informação fragmentada – leia-se descontextualizada –, que a Web fornece, em detrimento da leitura que exige relacionamento com “a totalidade textual de onde foi extraído o fragmento”. Assim se explica a razão de os cd-rom’s, por exemplo, terem atingido êxito no género enciclopédico e não tanto no romance, por exemplo. Chartier defende, acima da qualidade dos textos, a relação entre os tipos de textos e a forma de serem lidos.
Já o livro-objecto tem uma curiosa abordagem, com o autor a não revelar grandes preocupações com o formato mas a fazer, ao mesmo tempo, uma sábia análise às diferenças de leitura que cada um proporciona: a leitura de textos em ecrãn mais condicionada a palavras-chave, a temas, interligados por sua vez a outros temas hierarquicamente concebidos; e a leitura impressa a revelar uma componente bem mais relacional (se assim se pode nomeá-la) de todos os fragmentos com a totalidade da obra.
Por fim, uma palavra para o papel dos computadores no incentivo à leitura – que o autor advoga, mas que não são panaceia definitiva. Exige-se a mediação de profissionais, a escrita à mão e a existência de outros suportes (o livro impresso, obviamente). A esse propósito defende a presença do mesmo nas salas de aulas, bibliotecas e livrarias e termina citando Bill Gates: “Quando quero ler um livro, imprimo-o.” O suporte em papel parece estar ainda para durar.
O seu a seu dono: um bem-haja a Murilo Cunha, do blog citado no início do texto, que em boa hora referenciou esta entrevista.
foto de Nicole Bengiveno para o The New York Times
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