quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Polémicas


Philip Pullman é um escritor britânico. Apresenta, no seu repertório, várias obras para crianças, adolescentes e jovens adultos. Uma trilogia, de seu nome His Dark Lights (Mundos Paralelos, editada pela Presença), tem dado que falar. O primeiro volume, em título original Northern Lights (em Portugal Os Reinos do Norte e adaptado nos E.U.A. para The Golden Compass), foi o mais premiado de todos. Ganhou a Carnegie Medal de 1997 para ficção juvenil e, em 2007, a Public’s CILIP Carnegie Medal por ter sido considerada uma das dez mais importantes obras de ficção para jovens dos últimos 70 anos. Figurou também no Top Ten Best Books for Young Adults 1997 e alcançou o primeiro lugar em 1996, no Guardian Children's Fiction Prize. Para além disso, o terceiro volume da trilogia – O Telescópio de Âmbar – venceu o Whitbread Book Award para crianças em 2001, que foi também considerado o melhor livro, algo inédito para uma obra dirigida a públicos mais novos. A trilogia ficou ainda em terceiro lugar em 2003, na Big Read Poll da BBC, e Pullman recebeu também o Astrid Lindgren Memorial Award de 2005.
E a controvérsia, onde reside?
Estreou, já no fim do ano, o filme A Bússola Dourada, com base no primeiro volume da trilogia. Por ocasião da estreia, um editorial do L'Osservatore Romano – orgão oficial do Vaticano – escreveu o seguinte sobre o filme e o autor da obra adaptada (in Fátima Missionária):

«uma saga gnóstica, anti-Natal e 'soixante-huitarde' (alusão ao movimento de rebelião estudantil em França em 1968) (…) Philip Pullman reivindica uma ideologia totalmente ateia e inimiga de todas as religiões, tradicionais e institucionais, e do cristianismo e do catolicismo em particular»

Associações cristãs e católicas americanas promoveram acções de boicote ao filme e ao livro e exerceram-se pressões para que a trilogia fosse retirada de bibliotecas e escolas. O adrian não leu a obra nem visionou a película, pelo que não poderá opinar acerca do assunto. Mas deixa aqui a opinião da American Library Association (de leitura e reflexão obrigatória), e uma certeza, com base nas palavras de Brendan Behan:


There is no such thing as bad publicity except your own obituary.


foto aqui

2 comentários:

Anónimo disse...

Primeira (de muitas certamente) visita ao blog!
E gostei...

Quanto ao post, vi o livro e não percebo a reacção do Vaticano? Desde quando é que a fantasia tem que vergar-se à religião?

Beijinhos :)
Filipa

Gaspar Matos disse...

Um abraço grande, Filipa!
Vou agora mesmo ver o teu parentesis-entre.blogspot