quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Mea Culpa? Nostra Culpa?

O INE indica-nos que, de entre a população portuguesa residente, os indivíduos entre os 15 e os 24 anos são, em total, 1 265 531. Se considerarmos que 10 599 095 é o total da população, então o número de adolescentes e jovens adultos (aja’s) corresponderá a 11.93% da população nacional residente. Então, a pergunta que aqui se faz é a seguinte: cada biblioteca pública dedica 11.93% dos seus recursos aos 11.93% da população que serve? Existe, em cada biblioteca pública, 11.93% do espaço, colecção, recursos humanos e actividades destinadas a estes 11.93% de público-alvo? Quando nos queixamos de os hábitos de leitura se perderem a partir da adolescência, devemos pensar. E pensar bem. O erro, não será nosso? Este post é inspirado num texto intitulado “A room (or shelf) of their own: teen spaces in public libraries”. A autora – Mary McCarthy –, faz o mesmo paralelo mas relativo ao Colorado (o que demonstra bem que este é um problema de abrangência global). Dos 600.000 habitantes deste estado norte-americano, 25% são adolescentes. Disserta então sobre a colecção, a decoração, o espaço e respectivas regras de funcionamento. Fá-lo de forma sucinta – duas páginas –, mas de forma suficientemente esclarecedora para nos pôr a pensar. Pelo menos aqui o adrian ficou.

foto aqui

2 comentários:

Anónimo disse...

Obrigada por apresentares as contas feitas, Gaspar!

Dá que pensar... Um dos grandes males desta arte, entre nós, consiste, precisamente, em fazer as coisas no ar... Com algum fogo de artifício mas, sem equacionar devidamente reflexos de atitudes, estudando adequandamente, públicos, interesses respectivos e grau de satisfação...

Mantenhamos viva a esperança que o amanhã será certamente muito melhor que o hoje e que a leitura faça inteiramente parte do percurso de vida do ser humano. Para seu proveito e, já agora, a bem da nação... :-)

Abraço,

Maria

Gaspar Matos disse...

Sem dados concretos não existem medidas assertivas, certo? E fogo de artifício é para pirotécnicos e outros fogueteiros ;-)
Espero que, tal como dizes, o acto de ler se torne transversal a todo o país, "a bem da nação"... é verdade, às vezes o esforço assume dimensões verdadeiramente patrióticas!

Um abraço!